No meu mundo predominam os sonhos. Sonhos completos, com falas, diálogos, discursos, declarações de amor, reencontros, receitas de vida.
No meu mundo predominantemente há música. Variadíssimas! Como o nome do CD que acabei de gravar. Apaixonadas, dançantes, modernas, sofridas, alegres, bregas, mas sobretudo que refletem o que anda se passando com meus dias.
Nesse mundo há uma necessidade absurda de ser, ter, saber... Verbos no infinitivo! E muitas vezes eu queria viver no gerúndio, observando, ficando à mercê do vento, procurando o compasso de um coração que se parecesse com o meu.
Nesse mundo há inúmeras gargalhadas, risos soltos, sorrisos amarelos, dentes brancos, outros nem tanto, risadas guardadas esperando o momento de se tornarem livres e ecoarem pela sala, pela praça, pelo tempo.
Desse mundo e do outro também, há tantos medos, fantasmas vestidos com lençóis brancos, receios, arrependimentos, soluços baixinhos que se tornam choros contidos que se tornam prantos torrenciais.
Nesse mundo há tanto o que se falar, tanta gente pra conhecer, tanto lugar pra ir e inúmeras vezes vivemos insistindo em querer voltar no tempo e fazer a mesma coisa, com as mesmas pesssoas, no mesmo lugar, pra alimentar o cômodo, o estabelecido.
O mundo é mau! E vou me fazendo de forte, vestindo a couraça da mulher moderna, o escudo da independência.
O mundo é filme, é "Uma verdade inconveniente", é descobrir que "Ele não está tão afim de vc", é ver que "O vento levou" e ficar revendo as historinhas àgua com açúcar da TV à cabo.
O mundo é o que somos, é o que construimos e descontruimos a todo momento, é o tempo que nos damos e que distribuímos aos outros, aos que amamos, aos que nem conhecemos, aos que toleramos, aos que gostaríamos que nos amassem. O mundo é só esse espaço de tempo.