segunda-feira, 30 de maio de 2011

Reconheces?

Possivelmente ao ler esse texto, você terá dúvidas quanto a validade dessa escrita. Ela é tão particular em alguns momentos que beira um devaneio, mas certamente alguém se reconhecerá.

Encontramos pessoas aos montes em nossas vidas, conhecidos, amigos de amigos, passantes...
Mas as realmente interessantes aos nossos olhos, por quem nos apaixonamos (no sentido carnal e no espiritual), que nos dedicamos, nos doamos, que realmente se apoderam de nossa atenção, nosso carinho, nosso respeito, são poucas, muito poucas, pouquíssimas.

Em algum momento da vida, certamente você encontrou alguém que merecia uma crônica!

Eu encontrei várias e comecei encontrando-as desde muito cedo. Abençoados encontros, tumultuados encontrados, inesperados encontros, únicos.

Um dos meus grandes encontros foi com um meninino magrelo, com um beiço imenso (com o passar dos anos isso se tornaria algo atratível e ele se tornaria, pelo menos na sua cabeça, um grande galã!), na frente da loja de seu Raildo (ao menos essa é minha primeira memória), íamos a mesma escola, tínhamos quase a mesma idade. Na minha cabeça de criança ele parecia o Menino Maluquinho, pois havia nele uma mistura de traquinagem, Mônica e vestidos. Daí em diante, sempre estivemos próximos. Admiro até hoje seu espírito aventureiro, seu poder de comunicação, seu raciocínio rápido, sua falta de medo em experimentar o novo, como um suco de Taperebá em Manaus.

Outros foram mais complexos, rodeados de uma rivalidade adolescente, mas depois permeados de uma cumplicidade sem precedentes. Fizemos planos pra vida toda, de uma amizade que nunca se acabará, ainda que hajam muitos cavalos a correr, muitos países a serem descobertos, muitas garrafas de vinho, muitos risos ou muitas lágrimas.

Houve também aqueles em que como Clarice Lispector ou como o Charlie Brown, se encontra uma menina ruiva. Tão doce, tão boa, tão amorosa, tão bonita. Dona de uma alegria quase irritante, de um humor muito peculiar, de um coração apaixonado e que merece tantos bons amores.

Sempre nos encontramos com pessoas ímpares, como o advogado que salvou a menina ruiva e a quem sempre se recorre quando se procura uma boa companhia.

Ou como o menino engraçado que faz piada de tudo, que pergunta: "Você se lembra de mim? Sou filho de Eutiquiano!" e que morre de amores pelos seus amigos.

Ou como o amigo do seu irmão, que virou seu amigo e faz cinema e que se envereda por qualquer lugar do mundo.

Ou como a morena que nasceu para ser mãe, casou-se com um atleticano (contrariando todas as expectativas), construi seu castelo e deu à luz a uma princesa.

E o tempo passa e outros mais vão vindo ao longo da estrada, como a menina muito pequena, na qual vc descobre uma personalidade tão parecida com a sua e uma necessidade de aproveitar o mundo! Ou o cara de óculos e careca que já nasceu velho, mas tem um coração tão novo. Ou ainda, aquelas doces, competentes, apaixonadas pelo trabalho, pela família, pelo seu carro, pelo seu tempo, pelo seu amor.

Certamente você encontrou alguém, que merecia uma crônica ou talvez você consiga se reconhecer em alguma.

terça-feira, 17 de maio de 2011

Nunca e Sempre

Em algum momento da sua vida, certamente, você acreditou que haviam verdades que não mudariam. Que a sua carreira ia pelo caminho que você acreditava ser o ideal, que você já tinha planos e metas traçados para um longíquo futuro, que você já havia encontrado a pessoa com quem você julgava que passaria toda a vida.

Então, apesar de tudo milimetricamente arquitetado, eis que surge um vendaval de novos acontecimentos e você é obrigado a mudar, a se reinventar, a buscar novas habilidades, novas possibilidades.

No princípio é o fim dos tempos! Choros, desesperos, noites sem dormir, medo do inesperado.
Mas o tempo, vai trazendo seus balsámos, vai acalmando sua alma e vai lhe dando novos planos de vôos.

Então, de repente, você descobre que as novas e infinitas equações que se tornam viáveis lhe dão algo muito bom... O novo! É certo que ele vem vestido com uma armadura medonha, mas lá no fundo, você pode se deparar com um novo corte de cabelo, uma nova carreira, um novo amor pra vida toda.

Eu aconselho (se é que posso me dar ao luxo!), sintam o cheiro do novo, se enveredem pelos caminhos da mudança. Não há maior tristeza que se embriagar do medo e não observar que muitas janelas se abrem, quando em algum momento uma porta se fecha.