terça-feira, 11 de outubro de 2011

"O mundo começa agora"

Alguns acontecimentos da nossa vida, das vidas dos outros, do mundo, me fazem refletir sobre a capacidade do ser humano em respeitar os demais. Paralelamente a isso acho que respeitar trata-se de uma questão tão ampla que muitos se perdem e talvez sem perceber (eu espero!) acabem dizendo o que não deviam, agindo como não poderiam.

Quantas intolerâncias são vistas nos jornais, nas revistas, na internet. Quantas pessoas são agredidas porque gostam de uma música diferente, amam pessoas do mesmo sexo, possuem ideias diferente daquilo que se julga ser convencional. Nos deparamos com comentários racistas mascarados pelo dito senso de humor, encontramos agressões físicas, psicológicas, emocionais fundamentadas única e exclusivamente nas diferenças entre indivíduos de uma mesma espécie.

Quantas não são as formas de desrespeito vestidas de roupas leves, com maquiagens sutis e sorrisos largos. Quantas não são as pessoas que se aproximam e agem de uma forma falsa, dissimulada. Isso também é falta de respeito! Convívios regimentados pelas obrigações sociais, abraços sem calor, convites sem o desejo de estar junto, elogios sem alma associados a comentários maldosos quando não há ninguém olhando.

A falta de respeito subverte a verdade dos sentimentos e muitas vezes nos impede de ver como aquela pessoa pode ser agradavelmente compatível com nossos valores ou ainda como atitudes assim causam sofrimento a quem é atingido por ela. Não nos colocamos no lugar do outro! A essência humana é uma só e sua conduta deveria se basear nisso. Tratar aos outros com respeito é dever de todos. Aceitar e entender a individualidade de cada um, ascender aos caminhos que mudaram, as ideias que se fizeram diferentes das nossas e de outrora, não demonstrar o afeto que não existe, não estabelecer verdades absolutas e conceitos pré-definidos, pré-moldados, sedimentados em bases sem solidez de caráter.

Somos/Fomos todos desrespeitosos em algum momento, mas não há conduta que seja imutável, sobretudo para que algo melhor se faça.
Espero não construir meus tijolos em alicerces falsos, espero olhar o outro com o olhar de quem nada sabe e portanto não pode ser superior à ninguém. Espero transformar o que está em minha volta em algo melhor, mas acima de tudo que a transformação se inicie em mim.

Um comentário:

  1. será que um dia os seres humanos voltarão a se ver como semelhantes?
    Adorei o texto!
    Rangel

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